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'Nós queremos paz', diz Lula quando questionado sobre visita oficial à Rússia em meio à guerra na Ucrânia

Durante reunião no Kremlin, o presidente Lula chegou a pedir uma ampliação do cessar-fogo anunciado por Putin para celebrar o Dia da Vitória contra os nazis...

'Nós queremos paz', diz Lula quando questionado sobre visita oficial à Rússia em meio à guerra na Ucrânia
'Nós queremos paz', diz Lula quando questionado sobre visita oficial à Rússia em meio à guerra na Ucrânia (Foto: Reprodução)

Durante reunião no Kremlin, o presidente Lula chegou a pedir uma ampliação do cessar-fogo anunciado por Putin para celebrar o Dia da Vitória contra os nazistas na Segunda Guerra. Lula foi questionado sobre visita à Rússia em meio à guerra na Ucrânia No último dia de viagem à Rússia, o presidente Lula foi questionado sobre a visita oficial em meio à guerra na Ucrânia. Durante reunião no Kremlin, o presidente Lula chegou a pedir uma ampliação do cessar-fogo anunciado por Putin para celebrar o Dia da Vitória contra os nazistas na Segunda Guerra. Lula pediu que a trégua passasse de três para trinta dias. Putin não respondeu. Pouco antes de deixar o país, Lula deu uma entrevista à imprensa. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, criticou a visita e viu os acenos de Lula a Putin como um sinal de parcialidade. Lula foi questionado pelos jornalistas sobre a decisão de acompanhar o desfile do Dia da Vitória e se isso não o descredencia para tentar mediar um acordo de paz, mas não respondeu objetivamente a pergunta. "Para muitos países europeus, e não só pra imprensa europeia, isso aqui foi uma peça de propaganda política do Vladimir Putin, o senhor contesta essa afirmação? E não há um custo de imagem diplomático, de imagem pessoal ou até, que o senhor se coloca e se dispõe a ser uma negociador em relação à Ucrânia, e muita gente diz que essa participação no evento o descredenciaria como negociador justamente por estar muito voltado a um lado", disse um repórter. "Se tudo for exploração política, você não pode fazer nada. A posição do Brasil, ela é muito, mas muito sólida, ou seja, independente de eu ter vindo aqui, independente de eu ir à China, independente de eu ir à Argentina, independente de eu ir a qualquer país, a nossa posição continua a mesma com aquilo que a gente pensa sobre a guerra da Ucrânia: nós queremos paz", respondeu o presidente. Quando se anda por Moscou, num dia como o do evento, não parece que se está em um país em guerra. Mas o conflito com a Ucrânia, que já dura mais de três anos, é visível em pequenos detalhes da vida cotidiana da sociedade russa. Metrô cheio, parque de diversões animado, lojas funcionando normalmente. A não ser por episódios isolados como o fechamento de aeroportos em Moscou na semana passada, a vida na capital segue o ritmo de uma grande cidade. No supermercado, por exemplo, não falta comida, mas os preços aumentaram, como contou o Matheus Pereira Jorge, engenheiro químico que vive na cidade. "Pouquíssima coisa mudou. Há um clima de pacificidade nas grandes cidades. Mas os preços deram uma pequena subida assim. Sinto que no mercado há uma diferença do que era em 2021, quando eu vim a primeira vez, por exemplo", afirma. Nas ruas onde as torcidas se reuniam na Copa de 2018, consumidores passeiam tranquilos olhando vitrines, mas lá está o cartaz que convida os jovens a se alistarem no exército para participar da guerra, em troca de uma recompensa em dinheiro. Milena Megre, que se mudou para o país em 2017, disse que a maioria dos russos que conhece gostaria que o conflito acabasse. Ela afirma que, por causa das sanções econômicas impostas por causa da invasão da Ucrânia, tem dificuldades em fazer e receber transferências bancárias do Brasil. "Ficou um pouco mais difícil, essas incertezas, mas, de maneira geral, a vida mudou muito pouco aqui, a gente foi pouco afetado, tirando essas questões um pouco mais técnicas ou burocráticas, mas a qualidade de vida aqui continua muito boa", diz. Os impactos da guerra são mais visíveis em cidades próximas à Ucrânia, como Belgrad e Kursk, onde muitos brasileiros estudavam medicina quando a invasão começou. O conflito não chega à capital por fatores como a distância da fronteira e o forte esquema de segurança em Moscou. O poderio militar russo foi exibido com orgulho pelo governo Putin no desfile desta sexta-feira (9) e visto de perto por 29 chefes de estado, a maioria de regimes autoritários. Entre eles, o ditador venezuelano Nicolás Maduro e o presidente da China Xi Jinping, com quem o presidente Lula deve se encontrar na próxima semana. A comitiva brasileira desembarcou no começo da tarde, horário de Brasília, em Pequim. Leia também Por que o presidente chinês Xi Jinping quer estar próximo de Vladimir Putin — mas com cautela Lula desembarca na China de olho em oportunidades de negócios Lula apela a Putin para estender cessar-fogo em guerra com Ucrânia