Se não receber tratamento médico, quadro de pessoa intoxicada por metanol pode se agravar tragicamente em 48 horas

Brasil tem 17 casos confirmados de intoxicação por metanol O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (6) que o Brasil tem 17 casos confirmados de i...

Brasil tem 17 casos confirmados de intoxicação por metanol O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (6) que o Brasil tem 17 casos confirmados de intoxicação por metanol: dois no Paraná e 15 em São Paulo, onde também foram confirmadas duas mortes. Atualmente, segundo o ministério, 200 casos estão em investigação em 14 estados, e 60 ocorrências suspeitas já foram descartadas. Quando uma pessoa intoxicada por metanol não recebe tratamento médico, o quadro pode se agravar tragicamente em 48 horas. Correr contra o tempo é indispensável para quem toma uma bebida destilada adulterada. Os sintomas começam nas primeiras 12 horas depois da ingestão e parecem com os de uma ressaca comum: dor de cabeça, náusea, vômito e dores abdominais. Nesse momento, as enzimas do fígado começam a transformar o metanol em ácido fórmico, altamente tóxico para as células. Tecidos como os nervos da retina sofrem. A visão fica turva e com pontos luminosos. Vinte quatro horas depois: agitação, confusão mental, sonolência. A presença do ácido fórmico no sangue sobrecarrega os rins e compromete o sistema circulatório, podendo afetar o coração e os pulmões. Se não houver intervenção, em 48 horas de intoxicação, a pessoa geralmente apresenta convulsões e entra em coma. Em até 72 horas: a tendência é falência de múltiplos órgãos e a morte. Em caso de suspeita de intoxicação, a orientação é procurar um serviço de emergência. “O organismo não consegue dar conta. A gente está falando aí de um metabólito extremamente tóxico, que é o ácido fórmico, e ele vai causar essa série de danos que nós já comentamos. O organismo não consegue se defender dele. Só com intervenção médica. Esse antídoto vai bloquear a atividade enzimática. Com isso, o metanol não será convertido em ácido fórmico, garantindo que os efeitos não ocorram”, explica a biomédica e toxicologista Maria Clara Sampaio. Se não receber tratamento médico, quadro de pessoa intoxicada por metanol pode se agravar tragicamente em 48 horas Jornal Nacional/ Reprodução O Ministério da Saúde recomenda que, ao chegar em uma unidade de saúde, a pessoa informe o tipo e a quantidade de bebida destilada que consumiu, o horário e o local onde o produto foi ingerido. “Para a gente tentar estimar a quantidade de metanol que foi ingerida e em que forma, mais especialmente para os serviços públicos de saúde, que vão rastrear aquela fonte da contaminação. Isso é absolutamente fundamental para que a gente consiga interromper esse processo para não intoxicar outras pessoas”, afirma o médico intensivista Anselmo Dornas Mouras. LEIA TAMBÉM Intoxicações por metanol: conheça o antídoto usado pelos médicos Anvisa libera importação de frascos de antídoto contra ingestão de metanol O teste rápido e barato que detecta metanol e pode salvar vidas, mas que ainda espera investimento